Jantar frio

Havia que sair do Barengo e descer ao Restaurante! Todos afiavam o dente, a fome era negra. Em terra de bom comer a expectativa era grande. Como podem conferir havia quem roesse as unhas, havia quem raspasse os piolhos, a ansiedade pela travessa estava presente.

A primeira travessa apareceu, e que festa, serviram os dotados de espírito canino, tal a quantidade de ossos por travessa. Agora a ansiedade estava a tornar-se em desespero, a fome já não era negra, era uma tormenta.

Mas eis que a mais bela das paisagens de Montalegre nos serve um belo de arroz, capaz de colar cientistas ao tecto, e um magnifico cozido à Portuguesa só de batata, couve e carne de porco!

Como mandam as regras da navegação, a tripulação seria a primeira a ser servida, sempre eficaz nos momentos de lazer e distante do momento de trabalho.

Mas a verdade é que chegava para todos, o arroz de feijão e a carne de porco pareciam suficientes.

Que o diga o navegador Casca, que estava super contente com a parte lhe tinham reservado.

Mas nem tudo foram rosas neste jantar, temos uma reclamação grave a fazer aos senhores da organização, não necessitamos de um banquete, não precisamos de mariscadas, não queremos o melhor cosido do mundo, mas por favor na próxima edição do Raid do Fumeiro aqueçam a comida!

Com o cair da noite era natural o cansaço de alguns ser visível, contrastando com a alegria de outros....

Era tempo de recolher as prendas que a organização reservara para todos os participantes, a saber:

A boa da alheira, a boa da boroa, a boa da chouriça, e até a linguiça, apetrecho muito apreciado pelo colega Germano que a conserva em local traseiro apertadinho.

A hora do regresso estava a aproximar-se, as alegrias acumulavam-se no grupo, os homens do mar fizeram pela vida e Licha com Meireles em 15 minutos fizeram o que muitos em 90 não conseguem.